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Arquitetos: Bovenbouw, ono architectuur
- Área: 5611 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Filip Dujardin
Descrição enviada pela equipe de projeto. Bovenbouw Architectuur e ono architectuur projetaram um centro de comunicação para o armazenamento de resíduos radioativos de baixo e médio nível em Dessel, Bélgica. Para se manter relevante ao longo do processo de 300 anos necessário para diminuir a radioatividade, o prédio deve ser capaz de se adaptar a mudanças imprevisíveis ao longo dos séculos. Com o objetivo de promover o diálogo e oportunidades para desempenhar o papel mais amplo possível, propusemos um volume composto por duas partes: uma estrutura imponente que flutua como uma mesa a mais de 12m acima do solo, onde estão localizados os espaços de exposição, e um ambiente arejado abaixo que acomoda o programa multifacetado de salões e escritórios.
A dominância da estrutura elevada confere ordem e consistência. A multiformidade e a natureza aventureira do volume abaixo conferem escala e reconhecimento ao conjunto. A base da "mesa" de concreto é uma colagem animada de volumes separados e sobrepostos que representam a riqueza de ideias e necessidades. A tática da colagem permite que espaços com alturas e ritmos diferentes tenham um lugar na edificação. O projeto paisagístico para o parque no qual o centro de comunicação está localizado foi criado em colaboração próxima com o Studio Secchi Viganò.
A intenção do parque é transformar o local próximo ao descarte de resíduos em um espaço público; o descarte de resíduos não deve ser algo sigiloso, mas sim, uma questão que diz respeito a todos nós e, portanto, deve fazer parte do domínio público. Por isso, é criada uma paisagem de interesse natural e ecológico, mas que ao mesmo tempo oferece muitas oportunidades de uso para as comunidades de Dessel e Mol e os visitantes do centro.
Como resultado de um processo de consulta intensiva com vários grupos de residentes, propusemos uma edificação aberta e composta, em vez de uma figura intacta ou hermética. O novo prédio é uma composição volumes para que o projeto permaneça aberto a novas percepções. Isso significa que o processo de consulta não termina após a conclusão da edificação, mas algo novo pode ser adicionado ou algo pode ser deixado de fora sempre que as necessidades mudarem. Vimos o desafio na dimensão temporal em que está situado. Não criamos um prédio neutro, mas uma estrutura específica que gera uma analogia com o tema de uma maneira interessante.
As similaridades do projeto com o local de descarte e processamento aproximam os visitantes de todo o evento. Como a energia nuclear e os problemas associados a ela são muito abstratos, procuramos conceber uma edificação com alto valor experiencial. Eventos arquitetônicos como passarelas, diferenças de escala, transições poderosas, rotas aventureiras, escadas cênicas e um ponto de observação tornam a visita uma experiência, além da exposição e seu programa periférico. O volume é dividido em duas partes. A dominância da estrutura confere ordem e consistência à interpretação. A multiplicidade e o caráter aventureiro da interpretação conferem escala e reconhecimento à estrutura.